horas

Em que travo uma luta desequilibrada entre a tua força a minha inércia.
Em que me sugeres sentidos positivos por caminhos recalcados e incertos.
Em que procuro, incansavelmente, por entre nós de desconfiança e indiferença, um motivo para abandonar este cinismo sorridente.
Em que se ouve um cerrar de olhos, assim, bem amargo, como a ferrugem provocada pela humidade constante das lágrimas matinais.
Em que troco as voltas aos ponteiros, puxando-os para um lugar que não lhes pertence.

São horas que espezinham minutos e oprimem segundos. Que rasgam os dias com a pressa de apanhar o próximo comboio para um futuro amedrontado.

Está na hora de dar corda ao relógio. Sabes que horas são?

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