verde. verdes.

Musgo, que a menina recolhe com gestos convictos de quem sabe o que faz. Ou vai fazer. Fresco, escondido por entre pedras e água da chuva tardia. Protegido pelos ramos do velho carvalho que impede o olhar curioso do sol.

Lima e Limão, que amarga e arrepia. Na árvore, no cesto, na banca , no copo, na boca sedenta. Sente o cheiro. Agora refresca, a ti. "Pode ser de menta, obrigada." Ela só gosta assim."
Esmeralda. Foi em Maio que te dei o nome. Em bruto ou lapidado sobre um pêndulo. Embelezas e dás brilho mesmo sem a autorização do pescoço. Porque és mineral, não tens de pertencer ao mineiro.
Às vezes, confundes o mar, outras sentas-te à mesa com o tropa. Parecem duas azeitonas que, mal se despediram da Sr. Oliveira, já reflectem como espelhos d'alma.
"O caqui fica-te bem, mas se for mais escuro combina melhor." Voltas para a boca sob a forma de abacate e esqueces a alface que agora pertence ao caracol.
Na minha tela és primária, mas baralhas-te qundo te falam nos pantones.
Partido, pela metade. São os verdes! Posso continuar? Sim, a luz está verde.

"Orgulhosa de si e quase satisfeita da sua recolha, a menina levanta o olhar, outrora compenetrado naquelas plantas, quase algas, sem raiz. "Olha! Uma linha!" Muitas linhas em arco que o compasso desenhou. Chama-se Íris. E ali estás tu.
Vento que sopra, folhas que flutuam no ar, cadentes. Pinceladas esverdeadas que o pintor distribui no papel. Não é ele. Nem ela. É cor. E ainda é tão verde...

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